heterothesis

Saturday, January 5, 2008

CONTRAREPRESENTAÇÃO – DA REPARAÇÃO DAS APARÊNCIAS





A contradesilusão na filosofia post-céptica.

O conhecimento realiza-se através de traduções selvagens do passado.

A emergência do assunto como sinal de glória.

Ingestão e digestão como mutação dos dados.

O mundo é contrarepresentação.

A contemplação reprodutiva.

A vida como sondagem.

A dessolidariedade das contrarepresentações.

O assunto como liturgia co-autoral.

A acção é gestão de dissimulacros.

A ilusão como articulação permanente ao absoluto-complexo.

Heterosolipsismo.

A canibalidade do conhecimento.

BaalBudhha – o despertar da ekomplexidade.

A expansão urbana do conhecimento através dos daimons.



A EKPRESSÃO


A ekpressão é o combustível do mundo.

Séries impressivas, expressivas e inexpressivas.

Serialização de cadeias complexas que se cruzam residualmente.

O retorno das «basic shapes».

Os refluxos dissimulativos.

A «terna crueldade».

Teoria e arte como intrínsecas à natureza.

O uso da palavra como manobra mimética.

«Ekpressão» – esculpir a significância e a insignificância.




BABEL AO ESPELHO


A doce ditadura das anamnéses.

Dionísio e os diluvios de memórias.

Contratos metafísicos de 3ª grau – a insuperação das metafísicas

Aporia das descontinuidades.

A mediatização dos turbilhões genealógicos.

Assuntos resplandecentes.




PRESTIGIO DAS CONTRAREPRESENTAÇÕES


O intersticial.

A carnalização (e carnavalização) da tradição abstracta.

O amor pelo deceptivo.

A eficácia dos universais.

Erotismos nominalistas e outras obscenidades.

A coisa como agregação.

Nenhuma teoria é isenta de magia.





A DANÇA DAS REDES CATEGORIAIS


Caçando categorias.

Causa-alietoriedade.

O tricot do ser e do não-ser.

Nem verdadeiros, nem falsos, nem paradoxais.

Categorização do metamórfico.

A maleabilidade meditativa.







OS ANEXOS DA ABSTRACÇÂO



O inoriginante.

O grande alterne metafísico.

Polifonias de dissonâncias conceptuais.

Os enunciados como povoamento de relações.

A expropriação das contradições.

Silogismos das contingências.




A APATIA MORIBUNDA E AS GARGALHADAS DO SABER


O saber como entusiasmo.

A alergia aos apaziguamentos.

Geometria e máscara.

Os diagramas intoxicantes.

O escalpe duplo das ideias pálidas.

A doxa epidémica.

O êxtase é inexplicável mas a explicação é êxtase.

SAVINIO (?); CAGE (...); LAPA (:)
















  • Teoria pessoal versus doxa (a questão do ornitorrinco e do polvo) – Anne Cauquelin. Noções múltiplas e divergentes de Doxa

    Openess/Closure – a dialógica acaso/restrições – o caso OULIPO no qual também, «participou» Duchamp.


    A academização dos apocalipticos, ou a tradição greenbergiana da modernidade.


    O Futurismo como único sentido da Modernidade e... do Fascismo (ou de outros totalitarismos)

    O Futurismo como apropriação do lado não-liríco de Nietzsche

    Os dadaístas antes do dadaísmo: as obras de Duchamp , o ready-made, a música sangrenta de Savinio, as máquinas de Picabia – o abandono da música por Savinio e o o silêncio dissimulado de Duchamp

    Depois dos «pré-dadaístas» toda a arte é reaccionária?

    Somos todos «conservadores» (Bruno Latour)?

    Schwiterz, Hausman, Pansaers, Satie

    Canibalismo, anti-arte, nihilismo

    A arte Formalista – Kandinsky, Klee, Mondrian, Theo Vandersburg, Malevic, Rodchenko.

    Bauhaus e a academização do formalismo – a abstracção ao serviço da industria: o design. O design é a «modernidade».

    Teoria do Iconoclasma – a arte que busca o seu fim, ou a sua redenção (revolução e sublime) – iconoclasma e escatologia – o fim da história. Do apocalipse a Hegel. A radicalização escatológica em Braudillard e Virillo. «De um tom escatologico em Filosofia »(Derrida)

    Ad Reinhardt e a repetição da última pintura – teoria da materialização ou da desmaterialização?

    A arte minimal e comceptual como perversão das teorias de Reinhardt e de Kubler.

    Arte conceptual e excitação semiótica.

    Excursão: lêr Reinhardt a partir de Batarda e vice-versa - «toda a arte é do passado». A minha paródia. Nenhuma arte é do passado

    Pseudonomia, heteronomia e outras variantes – a teoria Batarda. Etimologia de hetero e pseudos. A dialógica de Bhaktine – a teoria do romance aplicada à «autoria» dos seus autores. O Caso Sthendal. Pseudonomia de pseudonomia em Savinio. Fernando Pessoa e a radicalização heteronomica. Heteronomia de heteronomia. Orgasmo Carlos. A heteronomia como tradição. A honesta dissimulação e outras teorias da mentira. Lorvato prodeus (Descartes e Gombrowicsz)

    Parodia, auto-parodia e pseudo-autoparodia. As teorias da Parodia (Linda Hutcheson)

    Acaso e autoria – Duchamp, Cage e o I Ching. Crítica da «autoria» em Barthes e Foucault, a partir de Heidegger e de Saussurre ( é a linguagem que fala?). É a linguagem fascista (polémica Barthes/Eco com práticas de Cage no meio)

    A morte «paródica» de Deus em Nietszche. A «morte» de Deus é a libertação das forças paródicas no mundo. A morte de Deus implica uma imersão total na arte – a arte é a morte de Deus. Nietszche inverta a equação hegueliana – não há possibilidade de absoluto nem de uma consciência absorvente – não há fim – a questão do «eterno retorno» - uma fábula. Em Nietszche não há sequer uma estética porque todo o seu pensamento é arte-pensamento.

    Variantes do adeus a Deus, da unidade e da sintaxe em Savinio, Cage e Adorno – o territória fragmentante e disseminado da arte é a alternativa aos totalitarismos.

    A introdução da estética de Adorno – nada é claro. A paródia de Adorno em «Renato Ornato».

    Tentações e compromissos com o totalitarismo – Savinio e o fascismo, Cage e o maoísmo, Lapa e a revolução inconclusa (para além das profeciass de Abdul Varetti)

    Silêncio e Ruído – inovação e meditação em Cage.










    Teorias da memória – Sócrates (anamnéses), Heidegger (AndenKen em Holderlin), Detienne (as variantes históricas) , Robert Graves (a deusa branca), Nietszche (da necessidade do esquecimento), Quignard (o crescimento da memória – ou porque nascemos mais antigos), Savinio/De Chirico (Valori Plastici)

    A melancolia e as suas ramificações – um mito: Cronos(Sarturno) ou a idade da melancolia (Panofsky, etc.) - a castração (harpé) gera generosos filões mitológicos – as ninfas (Calasso), e o nascimento espumoso de Vénus (teoria da espuma em Sloterdijk)

    O riso e os gregos (Lapa)

    Os poemas homéricos como trocadilhos e jogos do tipo Raymond Roussel – a Ménis e a Métis – teoria da Métis em Vernant/Détienne e teoria da Ménis em Sloterdijk - digressão: a cólera que legitima as vanguardas, as variantes do ressentimento no discurso artístico post-moderno



Os gregos a partir de filósofos

Os Gregos «artisticos» de Nietszche, os gregos de Heidegger e Fink, os gregos de Dodds e Snell. Agemben. Barbara Cassin e a revisão sofista. Sloterdijk e os Cínicos, o regresso o diogenes Laercio. Antifonte e os megaricos a partir de Onfray. Quignard e os gregos.

Anne Cauquelin e os estoicos.

Thomas mcEvilley e a teoria cínica da anti-arte. Duchamp céptico. Gregos e Hindus: redes de influência.

De Gorgias a Nagarjuna e ao Zen: a post-paradoxologia

Os Sofistas de Barbara Cassin e as logologias de Dubuffet – uma música a partir da música em Savinio (o sincerismo)

A desordem pré-establecida – Calvino, Gadda, Joyce, Burroughs e Savinio – o caso Hermafrodito, o Finnegans Wake.

Teoria da imaturidade no Testamento de Gombrowicsz – a juvenalização, e a apropriação desejante dos maduros – teoria da imaturidade aplicada às vanguardas. O jogo pronominal do «eu» em Gombrtowicsz e no tantrismo cachemirico.

Digressão – The Perfect e The Question em James Lee Bryars. Crítica da circularidade e do pitagorismo em Savinio. O olhar do músico.

Contra a «musica» - desarmonia, o ruídoso silêncio – crítica do ritmo em savinio e quignard

Cage e os rasa – teoria das emoções básicas em Abhinavagupta e Damásio – a teatralização do «absoluto» - o absoluto como uma teatral arte da dança e do conhecimento . Várias interpretações dos shiva sutras.

Explicação e imanência – não há imanência sem consciencia nem consciência sem imanência (não há teorias que estejam de fora – não há meta-arte). A arte que é consciente das suas networks(explicadismo). Uma arte que sendo consciente se abandona a uma poética aventurosa e «experimental». Arte é experiêncio ou simulação?

Pré-história e tecnologia – as mudanças de environment actuam sobre determinadas àreas neurologicas- será que o homem mudou neurológicamente? O que é op corpo. Digressão de Lapa. New medias e representação

Revisão da tradição filosófica a partir de Hadot e Foucault – a teoria é acompanhante da performatividade. A pluralidade lírica (de vernant , antifonte, pessoa, feyerabend)

A falácia do anonimato.


Uma ars complexa a partir de Morin.

a) A enciclopédia babélica – arte combinatória e disparidade de saberes
b) O enciclopedismo como conversação e digressão
c) Da obra aberta à obra entreaberta – enterlaçamento de intencionalidade e não-intencionalidade, de provocação e recepção, de conversação.
d) Teatralidade – teoria da tragédia em Savinio. Teatralidade em Cage. O Minimalismo como teatralização post-moderna.
e) Sequências convergentes e divergentes em Bateson. Sequências stokausticas em Xenakis.

Tuesday, December 25, 2007

curso preparatório







PRIMEIRA PARTE – a grécia

A

1. O corpo homérico, a negação e as musas
2. A imanência do heroi e a métis («meticuloso»)
3. A morte na guerra (o enthousiasmous guerreiro)
4. O pudor de Ulisses e a internalização do mito (dissociação mito/pensamento)
5. A genealogia quase filosofante de Hesíodo
6. O nascimento das subjectividades na poesia (Safo, Alceu, etc)
7. Os pitagóricos ou a geometria como forma e tabú (o horror da morte) – o kairós
8. Heraclito e o Logos guerreiro (interiorização da Íliada)
9. Parménides e o canto das sereias (interiorização da Odisseia)
10. Zenão: refutação e paradoxa.


B

1. A dilaceração dionísiaca
2. O orfismo e a inversão do sacríficio
3. O teatro e o nascimento da multiplicidade (as incongruências do Nomos)
4. Empédocles, o farmakón, as purificações e o discurso rico
5. Da paradoxa à doxa – a sofística e o «direito» da opinião
6. Górgias, a paródia do ser no não-ser e o elogio da ilusão,
7. Antiphon, o deslaçamento do Logos, a visibilidade, e a arte de curar
8. Sócrates e a refutação da refutação ou o paradoxo do paradoxo



C

1. Os socráticos (megaricos, etc.)
2. Platão, os arquétipos e a teatralização do Ser – as alegorias.
3. Aristóteles, a categorização, a lógica e a katharsis.
4. Os cínicos – o galo depenado e o cão vagabundo
5. Os cépticos – a estética da distanciação
6. Os epicuristas
7. A radicalidade estoica



D

1. A literatura e a paródia – poemas cómicos, o epigrama
2. A retórica e o romanesco – Satyricon
3. O romance de amor e a ekphrasis
4. Luciano – os dialogos menipeicos e a ficção pura
5. Apuleio – magia e burrices

E

1. Marco Aurélio e a atenção aos detalhes – as coisas (estoicismo ou anti-filosofia?)
2. Pseudo-Séneca, Quintiliano e teatros da memória
3. Plotino e a imersão no absoluto (a abolição dos detalhes) – a apatia
4. Porfírio, Proclus, Jamblico ( magias, simbolos e categorias) – o transe
5. O pseudo-Longinos e o sublime retórico
6. Diogenes Laerces e o filosofo como personagem – as biografias
7. Damascio e a aporia – o silêncio
8. O dionisismo hiperbarroco – as dionisíacas de Nonno (um cristão desconvertido) – influências de Nonno de Panóplis na literatura do sec. XVII.



SEGUNDA PARTE – o Oriente







F

1. O enigma Mohenjo-Daro e as relações «comerciais» e estilisticas com a civilização cretense e sumério-acádica – uma tradição icónica (problemas de datação e... - «ausência de deuses»?)
2. O aniconismo védico – ritualismo, recitação e memorização.
3. Os «vedas foram escritos?» - divinização da escrita e da memória – o conflito platónico (Fedro) elidido.
4. Comentários de comentários ao ritualismo – a burocratização do ritual
5. Os araniaka - a renuncia, a fuga das cidades, os primeiros friques.
6. Os primeiros (e principais) Upanishades – anti-ritualismo e amoralismo
7. O absoluto e as suas fórmulas
8. O som – o absoluto como imanência sonora (vibração)


G

1. Oposições «estruturais» entre china e india (filolacteo/lactofobos, côr/ claro-escuro, identificação com absoluto/relações do relativo, renuncia/familismo, oralismo/escribismo, divinização do silabário/extase da caligrafia, jogos impessoais de linguagem/lirismo, estética da intensidade/estética da subtileza, guru/exames, etc.).
2. Confúcio – a ordem, a ritualização, o pragmatismo, a honestidade, a habilidade.
3. O I Ching, o Ki, o Ren
4. Lao-Tseu– a desordem, a espontaneidade e o estado.
5. Tchuang-tseu – uma precisa e cómica retórica do caos (a negação múltipla).
6. Sofistas e despotismos – cepticismo, burocratização e centralização
7. A sistematização de correspondências e emblemas
8. O neo-confucionismo e as sínteses taoístas-confucianas – o caso do taixuanxing
9. As coisas esquesitas – a curiosidade na origem do romanesco.
10. A literatura como exploração do «degradante» e do fantástico.
11. Intimidade – a solidão, a embrieguez, a crítica social, o erotismo aventuroso.
12. Informal e indeterminação – o pincel, a expressividade, «cavalgar o Ki», «acalmar».





H

1. As dissidências «jaina» - o ascetismo radical e a humilhação voluntária.
2. O budismo como via do meio – o ascetismo soft.
3. A comunidade (sanga) – uma arte que una a comunidade (propaganda e espirito missionário – sutras e grutas)
4. A oficialização do budismo – a rápida monumentalização
5. A influência grega nas artes e...na sistematização do pensamento budista.
6. A teoria da vacuidade e do deslaçamento de tudo.
7. Nagarjuna e a refutação extrema – os seus paradoxos vão contaminar quer o pensamento hindú quer o chinês (Chan, Zen). Influência de Aristóteles e da Sofística grega?
8. Um «abstraccionismo» sem forma.


I

1. A reacção hindú ao dominio politico budista – os «épicos» Ramayana e Mahabharata (hipótese Biardeau)
2. Os sutras e a sistematização esquemática do ensinável – a categorização total.
3. Aparência, ilusão e a nova ritualização – mitologia e devoção .
4. Os «puranas» dos novos «velhos» deuses – Shiva, Krishna e as enérgicas deusas.
5. Estética musical e teatral – os ragas e os rasas. Kalidasa.
6. Os seis darshanas ( os Números, a Gramática, o Atomismo, o Ritualismo, o Yoga, etc.)
7. Bhagavat Gita e Kant (dever, devoção e desinteresse), um estranho paradoxo a partir do dever do guerreiro.



J

1. O tantrismo hindu-budista – o corpo e as deusas.
2. A linguagem obscura (crepuscular) e dissimulante
3. Sexualização da ritualização
4. Yantras, Mantras, sons, posturas, cosmogonias, coprpo, fálico, etc.
5. Abhinavagupta
6. Marpa e Milarepa




TERCEIRA PARTE – Ìcones e Iconoclasmas







K

1. Palavra versus imagem – o anti-iconismo mosaico
2. Acabar com o politeísmo – asfixia dos poderes mágicos das imagens
3. Uma política abstraccionista?
4. Arte combinatória e ornamento – alternativas à representação?
5. Jesus – multiplicidade de atitudes para com a imagem (os vendilhões, o Logos joanino, etc.)
6. Jesus o mago, segundo o Corão (Jesus iconófilo)
7. A Cabala, ou a subversão do iconoclasma através da Doxa – as imagens mediadoras, o trono, as parábola, o comentário e a anedota (o romanesco rabínico).
8. Corão - um Deus limpo e sistemático – iconoclasma e «misericórdia divina».
9. Fusões e traduções greco-judaicas-mussulmanas-cristãs
10. O mundo imaginalis (mística) e sufismo – imagens do extase
11. As mil e uma noites e o romance de alezandre – miniaturas persas e turcas (o requinte)
12. O confessionalismo agostiniano (a felix culpa)


L

1. Os mitos anti-genésicos (o gnosticismo ou o retorno ao titanesco)
2. A degradação – entropia e exílio
3. A questão do mal versus a da culpa (o conhecimento como desculpabilização)
4. O monstruoso – os deuses abjectos (as imagens da abjecção)
5. A hieroglifização alegorizante
6. Orgia e sabedoria, elistismo e secretismo (o bluff da decifração)
7. A pulsão «hermética» - alquímia, «corpus hermeticum»
8. Os Faustos e os Dons Juans
9. Anseadade de saber e estudo – a melancolia e suas anatomias
10. Os vícios ocultistas e a mania da conspiração.



M

1. Escolástica e Heresias
2. A politica iconoclasta de Carlos Magnum e a recuperação do saber antigo
3. Dionísio Areopagita – o monstruoso é a melhor adequação no que se refere ao que é apofático
4. Hildegarda de Bingen e Scotus Eurigena
5. A àrvore de Porfírio
6. Platónicos e Aristotélicos, ou Realistas e Nominalistas
7. Flatus Vocis e Abelardo
8. Polémicas àrabes
9. Alberto o Grande (o enciclopedismo)
10. A estética tomista
11. Artes da memória (redes meditativas)
12. Eckhart, o Nada, as beginas, etc. – sexualidade, abandono, mística, vazio e Verbo
13. Dante e Cavalcanti (Virtus e Potencia)
14. Raimon Lull




N


1. As crises iconoclastas – quadro histórico
2. Os argumentos
3. João de Damasco
4. A ideia
5. Iconoclastias no século XX – os pressupostos da arte abstracta.


O

1. Fantasia, Grotesco e Ornamento
2. A estética franciscana – a atenção à natureza e às coisas (Francis Ponge)
3. O ornamento naturalista
4. Giotto, Ucello, Della Francesca e a perspectiva
5. O paradigma renascentista – o ponto de fuga e suas linhas de ordem
6. Dispositivos òpticos – Hockney, os flamengos, Caravaggio
7. Leonardo e a topologia – o mundo como formas e suas variações
8. A fantasia, ou as imagens interiores (contra os dispositivos òpticos)
9. A inversão «carnavalesca» do mundo – das paródias medievais a Cervantes, Rabelais, Shakespeare, etc.
10. A descoberta dos grottesche – a desnaturalização do ornamento – querelas antigas (Horacio)
11. Aticismo e Asianismo, Protestantismo e Jesuitismo.
12. O Barroco – a elipse mascarante de Descartes, os alegres afectos de Espinosa, as dobras espelhantes de Leibnitz e a orelha (escuridão, medo, musicalidade, paixões)
13. Os teóricos da Dissimulação – Acceto
14. Os canudos de Tesauro – Baltasar Gracian, Athanasius Kircher
15. Shaftesbury – o entusiasmo, o sublime e a femenilidade
16. Sade – o deboche organizado e as geometrias da pornografia
17. Memorialismo e ensaios – Montaigne, Casanova, Gozzi, Da Ponte




QUARTA PARTE - modernices








P


1. Ser moderno – Diderot e Baudelaire (vanguarda, tédio e voyerismo)
2. O Sobrinho de Rameau – as virtudes do crápula
3. Fusées e Mon couer mis à nú – a santidade, masturbação, prostituição, hipocrisia
4. Futurismos – Ruídismo, Lúxuria, virilização, guerra.
5. Marinetti, Russolo, Mayakovsky – fascismo e bolchevismo.
6. Dadaísmos – acaso, dialética, nihilismo, primitivismo, liberdade – o caracter convencional das artes e o lado devocional das claques
7. Construtivismos – Malevich e o Ìcone, Mondrian e a desnaturalização, Corbusier e o canónico
8. Teorias ortodoxos do modernismo – abstração e guerra ao ornamento
9. Surrealismo e Kitsch (o anti-modernismo e a provocação como dever)



Q


1. Hegel, Schpenhauer, Stirner, Marx e Nietszche
2. O enamoramento do fim da arte na època da sua lenta dissolução na «vida»
3. Picasso e a «mentira»
4. O sensualismo hedonista de Matisse – o materialista da côr
5. As matérias demenciais de Dubuffet
6. Musicalidade formalista e idealismo em Klee e Kandinsky



R


1. O riso, depois de todas as dialéticas
2. O nihilismo monstruoso de Picabia
3. Schwitters – construir a partir de de restos
4. O atomismo poético de Schwitters, Hausman e dos russos
5. Duchamp, entre o aleatório, o classicismo e a indiferença



S


1. Psicanálise, mitologia, post-guerra
2. O regresso do sublime – o expressionismo abstracto
3. Emerson, Thoreau, surrealismo, psicanálise – a grande pulsão americana
4. O anarquismo privado de Newman
5. O iconoclasma negro de Reinhardt
6. O «existencialismo» de Motherwell



T


1. O popismo a partir de Benjamin e antes de Debord
2. Wharhol, o dandismo na época da repetição
3. Hiperrealidade, a Galáxia de Gutemberg – a elétrica américa
4. O obsoleto e literário popismo europeu – Hockney, Kitaj, Richter
5. O moicano verde das estepes – Beuys o xamã académico


QUINTA PARTE – em busca de uma post-modernidade









U


1. Da cibernética à complexidade
2. Wittegenstein e a semiótica
3. Duchamp remix
4. Soll Lewitt, serialismo e Kubler
5. Kosuth e a arte na época da sua (falhada) auto-defenição
6. O computador, o arquivo e a linguagem
7. A política – o marxismo obsoleto e os situacionistas desesperados
8. Hiperrealismo e Fétiche


V

1. Joyce – do Ulisses ao Finnegans Wake
2. Do Work in Progress à Obra Aberta (Eco)
3. Against Closure
4. Oulipo e a hipótese das restrições criativas
5. Pérec
6. Calvino (ensaios para o milénio)
7. A hibridização


X

1. Cage – o acaso, o ruído e a teatrealidade
2. Minimais e repetitivos
3. Johns e Rauschemberg
4. A performance
5. O I Ching e o camarada Mao
6. Burroughs, drogas e exotismos



Y


1. Gombrowicsz
2. As irrequietas necessidades da forma
3. Pulsões e obscenidades
4. Os excessos de um Eu periférico (argentina e polónia)
5. O desejo da maturidade pela imaturidade
6. Henry Miller e a arte como autobiografia
7. Kunh, Popper, Feyerabend, Morin – complexidades e paradigmas
8. René Thom – a topologia catastrófica
9. Deleuze – o risoma
10. Lyotard – da condição post-moderna ao sublime



Z

1. Casos portugueses – os netos de Orfeu
2. Pessoa e a fractalização do sujeito
3. Construção do estilo e do sujeito como software
4. A influência a partir de Bloom – os fantasmas múltiplos
5. Ernesto de Sousa – a vanguarda como analogia cinematográfica entre diversas imanencias (o teu corpo é o meu corpo)
6. Batarda – pastiche, pseudonomia, heteronomia, auto-paródia, pseudo-auto-paródia, excelência, dissimulação, retorcidismo, trocadilho, pornografia, desconversa, detalhesinhos
7. Alberto Carneiro – uma pornoecologia tantrica no canavial e na horta
8. Àlvaro Lapa – Adorno para beatnicks

Monday, August 6, 2007

AS ATRIBULAÇÕES DOS ARTISTAS NA ESTÉTICA




(para uma ars complexa)

Teses Hipotéticas de uma
Supertese



a) A evidência da sobrevivência da arte apesar das suas crises e mortes.
b) A problematização da arte como «origem» permanente e a refundação do seu maravilhoso corpus.
c) Os apelos persuasivos e as «vidas» das obras nas suas errâncias e climas.
d) A insaciedade da arte – o papel das elites, os golpes de legitimação, a indiferença do povo e o oportunismo dos estados. (a «arte» só é consumida pelo povo como cliché que forje a sua hipotética identidade).
e) As aventuras da libertação pela arte e outras histórias da carochinha.
f) O artista como guardião preverso do prazer.
g) As estéticas hedonistas e as suas manas dolorosistas.
h) A ângustia como marca, a indiferença como produto e a felicidade produtiva.
i) Imaterialidade mimética e essências materiais.
j) Excitação, Vício, linguas canibais e linguagens anestésicas.
k) Modas normais e modas sísmicas – a perspectivação futuristica do antigo, e a revisão reaccionária do novo.
l) Exaltação do múltiplo e a necessidade de fingimentos utópicos.
m) As redes co-produtivas e as multiplicidades da subjectividade, ou como poucos se podem tornar mais do que muitos.
n) O acaso na elaboração processual e os processos na sistematização do acaso.
o) Modernidade e Limpeza Ética.
p) O Antigo como afrodisiaco, as Atopias carnais e a Indecidibilidade estratégica.
q) Dialógica delirante de dissolução.
r) Canones de permissas e permissas canónicas – as emergências estilisticas como sincretismo.
s) Batalhas críticas: a teoria como censura e os avatares da popização.
t) Sobre a noção de vontade e outros disparates.
u) Contra o metier. A vida artistica como superação da arte, da teoria e do esteticismo.
v) Os exercicios artistico-espirituais debochados como única possibilidade de «santidade».
w) As intuições babélicas: a desenigmatização e as ambiguidades da materialidade.
x) «A história é um corpus inacabado de anedotas». Necessidade da história ser risivel (as justificões para a história são a emancipação, o prazer e as narrativas).
y) O belo e o tosco. Sprezzatura. Espontaneidade forçada.
z) A categorização a partir da ruína e do fragmento: uma lógica vesuviana.
aa) Uma poética anti-dialética. O principio da não-exclusão metodológica. Não-sínteses. A persistência do ambiguo. Mobilis in Mobilis.
bb) A percepção estética como deformação.
cc) O caracter acidental do «criticismo» e da crítica de arte.
dd) Serialidade e indeterminado. Conceitos e ars combinatória.
ee) A aura da natureza na arte. A naturalidade da arte.
ff) Circulação digital versus reprodução mecânica.
gg) Edulcoração. Acidismo.
hh) A falsificação do belo natural e as desavenças do belo artístico.
ii) O «mais-ou-menos» como dissimulação.
jj) Fraude, Utopia, Autenticidade.
kk) O reencantamento: fim das transcendências estéticas e seus derivados.
ll) O fim dos fins das artes.
mm) Misticismo e obscurecimento (prólogo ao tretatetrismo).
nn) A arte como familiarização selvática.
oo) Lubricidade dos criadores e falta de singularidade. Eros e hiperrealidades.
pp) O caos espiritualizado. A natureza aporética.
qq) Crise da Ausência – Abjecção e experiência do Nulo.
rr) A desprogramação semântica. Os sentidos desviantes e a inevitável recuperação.
ss) A domesticação das dissonâncias. Os fantasmas da libertação. A monotonia do heterogénio.
tt) Caracter mercantil e integrado dos inexpressionismos.
uu) A marginalidade como culto de culto.
vv) Quase impossibilidade de interioridade. Pudor e clandestinidade. A autoria como fuga.
ww) A excitabilidade do anonimato. Intimações anónimas. O vazio e a intimidade.
xx) Mito e mimetismo.
yy) Katharsis versus criticismo.
zz) Enigma de não-enigmático.
aaa) Carnívoro versus hiperreal.
bbb) Naufrágios e sobrevivências do Absoluto.
ccc) Intensificação, Espécie, Complexidade.
ddd) Arte e Sofística – os fragmentos persusivos. O Logos como fraude e falsificação.
eee) Os avatares do asianismo: Górgias, o romance, o corpus hespérico, culteranismo, Joyce.
fff) A representação e a questão da presença e da aparência.
ggg) O inconciliavel conectivo.
hhh) O Sublime na discoteca.
iii) Serialidade, Acaso, Tempo.
jjj) O inacabável a céu aberto.
kkk) Reciclagem – para uma ecologia dos estilos.
lll) Inatenção e sensibilia.
mmm) Crise das crises de ausência de sentido.
nnn) Os deliberados fracassos da retórica.
ooo) Esquivos classissismos. Òbvios maneirismos.
ppp) As dietéticas na interface entre «sujeito» e «objecto».
qqq) O génio nos corpos.
rrr) Caracter processual da vida artística e factualidade das obras como epigonismo biográfico.
sss) As efemérides do efémero.
ttt) Géneses dilacerantes.
uuu) O mundo como mónada(s) abortante(s).
vvv) As musas compulsivas. Ninfas e caça artistica.
www) Desdomesticação da memória. A monumentalidade criptica.
xxx) Encenações da «verdade» na história. «A museologia é esotérica».
yyy) O indistanciável na produção de história – encenar o presente como passado para esquecer o passado no presente.
zzz) Felix Culpa e desertos ideológicos.
aaaa) Patologia da Arte, hoje.
bbbb) A Ética como Solipsismo.
cccc) Heteronomias politicas. A arte nas guerrilhas mediáticas.
dddd) Revolução ou Paraíso?
eeee) Dissolução da autoria e narcisismo tecnológico.
ffff) Teorias sobre o inacabamento e incomeçamento da arte.
gggg) Renascimentos e carnavais. O passado como Festa.
hhhh) A ingenuidade como estratégia «filosófica».
iiii) A estética é um suplemento inextricável.
jjjj) Meteorologias – catástrofe do conteúdo, milagres da forma.
kkkk) Slogan, Mantra, Enthousiasmous.
llll) O fundo biológico e as mutações sociológicas. Persistência e sobrevivência.
mmmm) O que segue? A fome das questões em aberto.

Sunday, July 15, 2007

a linguagem como fluxo «alegórico»


A linguagem (aquela que se fala e escreve) nem é só discurso, sintaxe, agregado de conceitos, batalha retórica, «designação», magia, metáfora viva ou morta, etc. É-o, pois é,com suas estruturas, com estranhos restos, encantamento, conversação mais ou menos redundante, diálogo com mira no absoluto e por aí adiante.

Mas não posso deixar de pessoalizar uma teoria ingénua sobre o fluxo alegórico, sinestésico, organizante/desorganizante, e toda a precisão e vaguidão que me acodem quando digo ou escrevo. Sinto-me muitas das vezes a tentar gerir cadeias ambiguas, links vagos, e com eles contruir alguma precisão - se seguirmos «o impulso ekfrásico» (a designação é minha) caminharemos no trilho do «romance», do que é imagéticamente descritivel, dos neo-sofistas greco-romanos, passando por Flaubert até Nabokov. Objectos verbais que se constroem no sentido de que há coisas muito singulares e que elas deixam suspeitas qualquer tentativa de generalização. Se seguirmos, pelo contrário, o impulso abstraccionista teremos cada vez mais tendência em hierarquizar, demarcar, diferenciar e associar redes de palavras já «emancipadas» das imagens - mas o terreno é cada vez mais esquemático, geométrico, explicadista. Pode ser claro nas suas relações, mas há uma dificuldade em gerir palavras tão fortes, esquivas, e vagas (como por exemplo «ser»). Por isso escrevi estas notas como uma espécie de preplexidade de fundo quanto ao uso da linguagem - menos platónica e essencialista (ou conceptual) do que me propõe os filósofos, e menos designativa, descritiva ou mágica, do que gostariam os flaubertianos, os cientistas e os feiticeiros.

Passo à teoria:



  1. A linguagem é indossoluvel das memórias que nestas se vão gerindo, degenerando e deformando.

  2. A memória dispõe e fixa (de forma dura ou mole, consoante a «química») as impressões dos diversos sentidos, com particular predominância para o que vem do som e da imagem. A memória é feita de interfaces, tem um fundo «alegórico».

  3. As palavras são no seu medium uma séries de associações de registos da memória(ou possibilidades destas se recombinarem). Há certamente um filão designativo-mágico que faz equivaler palavras a objectos e a «eficácias» sobre estes. Há igualmente um filão lúdico-exploratório (falar pelo prazer (motivadamente diferente) de falar - o que não é inocente!). E também há o feed-back da linguagem como discurso sobre as memórias que seriam supostamente mais imaculadas, o que torna quer as memórias quer a linguagem mestiças e ainda mais «alegóricas». Não há memórias nem discursos «puros».

  4. As palavras não são nem filhas de defenição, nem caminham para uma essencia que as salve, e salvando-as nos salve a todos, mas são consoante «cada qual» «mais ou menos» precisas ou imprecisas no confronto comunicácional, nos contextos em que cada palavra se torna mais precisa ou imprecisa (recordemo-nos dos debates a partir de Kuhn) - são-nos oferecidas singularidades, arrumações, posições relativas nas quais somos sensíveis ao papel organizativo da sintaxe, etc. - o utilizador pode gerir as palavras pelo seu efeito mais do que segundo uma consciencia meticulosa de cada segmento do discurso.

  5. O sistema neurológico (julgo, velho naif!) orienta-se organizando redes de associações algo hierarquizadas, mas que também são «mais ou menos» abertas, retractivas, sedentas de confirmação ou buscando mudanças, etc., dependendo da propensão de cada utilizador. A velhice, como é òbvio, torna estas estruturas ao mesmo tempo mais complexas e mais conservadoras.

  6. As palavras servem estratégias comportamentais e de sobrevivência, mas são deveras enriquecidas com as disponibilidades «imaginativas» ou poéticas que permitem associar mais, arriscar mais, inventar mais, e mudar de vez em quando as relações habituais (neuróticas) com que filtramos e domesticamos as impressões (informação, sensações, afectos).

Sunday, June 17, 2007

(anti)auto-(des)doutoramento


Esta é a oportunidade para ir construindo, em associação com as minhas «heteronomias», ou com outros, uma espécie de multi-tese/hipertese de (des-)doutoramento - a primeira pessoa a quem devo prestar contas das minhas hipóteses sou eu, e como tal devo criar vários tipos de refutadores-libertadores internos (personagens, A, B ou C) que lhe agucem e espicacem os arguimentos: as politeorias controem-se praticando heteroautorias ( e não anonimices)


depois vêm os meus amigos, hipotéticas hipoteses de recepção, e alimento de hipóteses - colaboradores obscuros: as teses, com os seus diferendos, não são incompatíveis com o trabalho de grupo ou em rede - não se trata apenas de implicar os outros em co-autorias... eu sei, pela minha experiência que as hipóteses alheias, mesmo quando muito vagas, são propulsionadoras de novas pistas, abrindo ferteis caçadas teóricas


finalmente, mesmo que não sejamos lidos, examinados, agregados a um sistema, estamos, ainda que quase anónimos, inseridos nesta cadeia on-line que é acessível, consultável sem entraves


- dir-se-ia que as hipóteses são de ouro (valem massa), e que a sua secrecy e originalidade são o garante de poder e ganha-pão


- quanto ao poder pode ir à vida, e é por isso que vou construir estas teses, que não doutoram em nada, à margem dos circuitos universitários e seguindo as intuições de uma lingua periférica que tem a virtude, relativamente a linguas «simplistas» como o inglês, de se gostar de enredar em «complicações»


sabemos que podemos contar com a tecnologia e com a multidão de documentos on-line, sejam escritos, visuais, audiovisuais, etc. - também sabemos que a tecnologia é o progresso da obselescência


uma tese, neste mundo «complexo», é um work-in-progress, como o foi o Wake do Joyce - já não estamos no prisma do acabamento hegeliano, de um fim onde se concentra a consciência


mesmo o «absoluto» tem que ser pensado como inacabado e inoriginal, sem fim nem começo - é isto que define a inalienável «mediatibilidade» (mediatibility), ou imediatibilidade, ou ainda intermediatibilidade, qualquer destes termos pode ser usado como um ajuste de contas


tomemos como exemplo, e irónicamente a questão do fim-da-arte hegeliano à luz-cliché do ready-made de duchamp - o fim-da-arte é um passe-partout - mas a prática duchampiana apenas diz a «abertura» e o «inacabamento», dois termos problemáticos que me recordam a já velha opera aperta do Umberto Eco - o interessante é que neste inacabamento interferem as noções já clássicas de entropia e neguentropia: o que não acaba é o que prossegue como degradação que continua a formar e informar e criar e arrastar o lixo - periferismo e mestiçagem? não tenho resposta, mas é uma condição a que não sou/somos alheio(s)