Monday, August 6, 2007

AS ATRIBULAÇÕES DOS ARTISTAS NA ESTÉTICA




(para uma ars complexa)

Teses Hipotéticas de uma
Supertese



a) A evidência da sobrevivência da arte apesar das suas crises e mortes.
b) A problematização da arte como «origem» permanente e a refundação do seu maravilhoso corpus.
c) Os apelos persuasivos e as «vidas» das obras nas suas errâncias e climas.
d) A insaciedade da arte – o papel das elites, os golpes de legitimação, a indiferença do povo e o oportunismo dos estados. (a «arte» só é consumida pelo povo como cliché que forje a sua hipotética identidade).
e) As aventuras da libertação pela arte e outras histórias da carochinha.
f) O artista como guardião preverso do prazer.
g) As estéticas hedonistas e as suas manas dolorosistas.
h) A ângustia como marca, a indiferença como produto e a felicidade produtiva.
i) Imaterialidade mimética e essências materiais.
j) Excitação, Vício, linguas canibais e linguagens anestésicas.
k) Modas normais e modas sísmicas – a perspectivação futuristica do antigo, e a revisão reaccionária do novo.
l) Exaltação do múltiplo e a necessidade de fingimentos utópicos.
m) As redes co-produtivas e as multiplicidades da subjectividade, ou como poucos se podem tornar mais do que muitos.
n) O acaso na elaboração processual e os processos na sistematização do acaso.
o) Modernidade e Limpeza Ética.
p) O Antigo como afrodisiaco, as Atopias carnais e a Indecidibilidade estratégica.
q) Dialógica delirante de dissolução.
r) Canones de permissas e permissas canónicas – as emergências estilisticas como sincretismo.
s) Batalhas críticas: a teoria como censura e os avatares da popização.
t) Sobre a noção de vontade e outros disparates.
u) Contra o metier. A vida artistica como superação da arte, da teoria e do esteticismo.
v) Os exercicios artistico-espirituais debochados como única possibilidade de «santidade».
w) As intuições babélicas: a desenigmatização e as ambiguidades da materialidade.
x) «A história é um corpus inacabado de anedotas». Necessidade da história ser risivel (as justificões para a história são a emancipação, o prazer e as narrativas).
y) O belo e o tosco. Sprezzatura. Espontaneidade forçada.
z) A categorização a partir da ruína e do fragmento: uma lógica vesuviana.
aa) Uma poética anti-dialética. O principio da não-exclusão metodológica. Não-sínteses. A persistência do ambiguo. Mobilis in Mobilis.
bb) A percepção estética como deformação.
cc) O caracter acidental do «criticismo» e da crítica de arte.
dd) Serialidade e indeterminado. Conceitos e ars combinatória.
ee) A aura da natureza na arte. A naturalidade da arte.
ff) Circulação digital versus reprodução mecânica.
gg) Edulcoração. Acidismo.
hh) A falsificação do belo natural e as desavenças do belo artístico.
ii) O «mais-ou-menos» como dissimulação.
jj) Fraude, Utopia, Autenticidade.
kk) O reencantamento: fim das transcendências estéticas e seus derivados.
ll) O fim dos fins das artes.
mm) Misticismo e obscurecimento (prólogo ao tretatetrismo).
nn) A arte como familiarização selvática.
oo) Lubricidade dos criadores e falta de singularidade. Eros e hiperrealidades.
pp) O caos espiritualizado. A natureza aporética.
qq) Crise da Ausência – Abjecção e experiência do Nulo.
rr) A desprogramação semântica. Os sentidos desviantes e a inevitável recuperação.
ss) A domesticação das dissonâncias. Os fantasmas da libertação. A monotonia do heterogénio.
tt) Caracter mercantil e integrado dos inexpressionismos.
uu) A marginalidade como culto de culto.
vv) Quase impossibilidade de interioridade. Pudor e clandestinidade. A autoria como fuga.
ww) A excitabilidade do anonimato. Intimações anónimas. O vazio e a intimidade.
xx) Mito e mimetismo.
yy) Katharsis versus criticismo.
zz) Enigma de não-enigmático.
aaa) Carnívoro versus hiperreal.
bbb) Naufrágios e sobrevivências do Absoluto.
ccc) Intensificação, Espécie, Complexidade.
ddd) Arte e Sofística – os fragmentos persusivos. O Logos como fraude e falsificação.
eee) Os avatares do asianismo: Górgias, o romance, o corpus hespérico, culteranismo, Joyce.
fff) A representação e a questão da presença e da aparência.
ggg) O inconciliavel conectivo.
hhh) O Sublime na discoteca.
iii) Serialidade, Acaso, Tempo.
jjj) O inacabável a céu aberto.
kkk) Reciclagem – para uma ecologia dos estilos.
lll) Inatenção e sensibilia.
mmm) Crise das crises de ausência de sentido.
nnn) Os deliberados fracassos da retórica.
ooo) Esquivos classissismos. Òbvios maneirismos.
ppp) As dietéticas na interface entre «sujeito» e «objecto».
qqq) O génio nos corpos.
rrr) Caracter processual da vida artística e factualidade das obras como epigonismo biográfico.
sss) As efemérides do efémero.
ttt) Géneses dilacerantes.
uuu) O mundo como mónada(s) abortante(s).
vvv) As musas compulsivas. Ninfas e caça artistica.
www) Desdomesticação da memória. A monumentalidade criptica.
xxx) Encenações da «verdade» na história. «A museologia é esotérica».
yyy) O indistanciável na produção de história – encenar o presente como passado para esquecer o passado no presente.
zzz) Felix Culpa e desertos ideológicos.
aaaa) Patologia da Arte, hoje.
bbbb) A Ética como Solipsismo.
cccc) Heteronomias politicas. A arte nas guerrilhas mediáticas.
dddd) Revolução ou Paraíso?
eeee) Dissolução da autoria e narcisismo tecnológico.
ffff) Teorias sobre o inacabamento e incomeçamento da arte.
gggg) Renascimentos e carnavais. O passado como Festa.
hhhh) A ingenuidade como estratégia «filosófica».
iiii) A estética é um suplemento inextricável.
jjjj) Meteorologias – catástrofe do conteúdo, milagres da forma.
kkkk) Slogan, Mantra, Enthousiasmous.
llll) O fundo biológico e as mutações sociológicas. Persistência e sobrevivência.
mmmm) O que segue? A fome das questões em aberto.